Expandir os negócios para o mercado internacional é um passo estratégico para muitas empresas brasileiras. No entanto, ao atravessar fronteiras, surge uma questão essencial: como proteger sua marca no exterior? Registrar sua marca internacionalmente é uma medida fundamental para garantir exclusividade, evitar cópias indevidas e assegurar que seus produtos ou serviços cheguem ao destino sem obstáculos legais.
Neste artigo, você vai entender como funciona o processo de registro internacional de marcas, os acordos que o Brasil integra — como a Convenção da União de Paris e o Protocolo de Madri —, além de orientações práticas para proteger seu ativo mais valioso: a identidade da sua empresa.
Por que proteger sua marca no exterior é essencial para sua empresa?
Com a globalização e a crescente abertura do mercado internacional, proteger sua marca no exterior tornou-se fundamental para empresas brasileiras que desejam expandir seus negócios além das fronteiras nacionais. O Brasil tem grande participação no comércio internacional, especialmente nos setores agropecuário e da indústria extrativa, segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
No entanto, independentemente do ramo, proteger a marca em mercados estrangeiros é uma estratégia indispensável para evitar prejuízos, perdas comerciais e até embargo de mercadorias.
Riscos de não registrar sua marca no exterior
Empresas que exportam devem se certificar se a sua marca já não foi registrada por terceiros nos países de interesse. Caso contrário, podem sofrer restrições legais que impedem o uso da marca, além do risco de sanções e embargos.
Autoridades alfandegárias de países como a China solicitam a comprovação do registro da marca para liberar mercadorias, por isso o registro internacional é vital”, alerta Rosa Maria Sborgia, especialista em Marcas e Patentes.
Como funciona o processo de registro de marca internacional?
A Convenção da União de Paris (CUP)
Desde 1883, o Brasil faz parte da Convenção da União de Paris, um acordo internacional que estabelece regras para a proteção da propriedade industrial, incluindo marcas, patentes e desenhos industriais.
Um dos principais benefícios é o direito de prioridade unionista, que permite estender o pedido de registro feito no Brasil para outros países membros da Convenção, desde que feito dentro de:
- 6 meses para marcas e desenhos industriais
- 12 meses para patentes
Ou seja, um registro feito no Brasil pode garantir proteção internacional se estendido dentro desses prazos.
O Protocolo de Madri: facilitando o registro internacional de marcas
Desde outubro de 2019, o Brasil é signatário do Protocolo de Madri, que simplifica a proteção de marcas no exterior por meio de:
- Registro unificado em vários países com um único pedido
- Processo em apenas um idioma (geralmente inglês)
- Centralização dos procedimentos, reduzindo burocracia
Mas atenção: mesmo com o Protocolo, cada país possui suas legislações próprias, e pode ser necessária a contratação de escritórios locais para representar a marca, o que gera custos adicionais.
Dicas para proteger sua marca internacionalmente
- Faça uma pesquisa prévia para verificar se a marca já está registrada no país de interesse.
- Registre sua marca tanto no Brasil quanto no exterior para garantir proteção total.
- Considere contratar um escritório especializado em marcas e patentes internacionais para evitar erros processuais.
- Fique atento aos prazos de prioridade para garantir o direito de extensão do registro internacional.
Por que investir na proteção internacional da sua marca?
- Evita o uso indevido e a concorrência desleal em outros mercados.
- Garante a exclusividade da marca, protegendo seu investimento e reputação.
- Evita sanções legais e embargos alfandegários.
- Amplia as oportunidades comerciais no mercado global.
Dados Recentes sobre o Comércio Exterior Brasileiro
Recorde nas Exportações de 2023
Em 2023, o Brasil alcançou um recorde histórico nas exportações, totalizando US$ 339,67 bilhões, representando um aumento de 1,7% em relação a 2022. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento de 8,7% no volume exportado, apesar da queda de 6,3% nos preços dos produtos exportados .
Destaque para o Agronegócio
O setor agropecuário brasileiro teve um desempenho excepcional, com exportações atingindo US$ 166,55 bilhões, o que representa 49% da pauta exportadora total do país. Esse aumento de 4,8% em relação a 2022 foi impulsionado pela maior quantidade embarcada, com destaque para grãos, carnes, açúcar, sucos e frutas .
Crescimento no Número de Empresas Exportadoras
O número de empresas brasileiras atuando no comércio exterior também registrou crescimento, chegando a 28,5 mil empresas exportadoras, um aumento de 2% em relação ao ano anterior. Esse crescimento reflete a ampliação da participação do Brasil nos mercados internacionais .
A Importância da Proteção Internacional de Marcas
Com a expansão das exportações e o aumento do número de empresas brasileiras no comércio exterior, a proteção das marcas em mercados internacionais tornou-se essencial. Empresas que não registram suas marcas nos países de destino podem enfrentar riscos como:
- Impedimento do uso da marca: Caso a marca já esteja registrada por terceiros no país de destino.
- Embargo de mercadorias: Autoridades alfandegárias podem reter produtos até que a titularidade da marca seja comprovada.
- Concorrência desleal: Terceiros podem utilizar a marca indevidamente, prejudicando a reputação da empresa.
Portanto, é fundamental que as empresas brasileiras adotem estratégias eficazes para proteger suas marcas no exterior, garantindo assim a segurança jurídica e a continuidade de seus negócios internacionais.
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