Por Júlio Rodrigues, diretor de Inovação da Confirp Contabilidade
As transformações digitais dos últimos anos trouxeram inúmeros avanços para a gestão contábil e fiscal das empresas, mas também escancararam novas portas para a ação de criminosos digitais. Um dos alvos mais frequentes tem sido justamente quem deveria contar com mais proteção: as empresas optantes pelo Simples Nacional.
O motivo? A relativa simplicidade do regime acaba sendo usada como brecha por fraudadores que atuam com inteligência e sofisticação para manipular sistemas, emitir créditos fictícios e acessar dados sigilosos. Quando a empresa descobre, os danos já estão feitos.
Como acontecem as fraudes digitais no Simples Nacional?
As fraudes mais comuns envolvem:
- Uso indevido de certificados digitais, muitas vezes emitidos sem o conhecimento da empresa;
- Manipulação de declarações no PGDAS-D, criando créditos fictícios de ICMS ou ISS;
- Acesso irregular ao e-CAC e portais estaduais, com alterações nos dados fiscais da empresa;
- Solicitações de restituição fraudulentas, realizadas por terceiros com aparência de legalidade.
Tudo isso pode ser feito sem que o empresário perceba, principalmente se não houver uma rotina de monitoramento tributário, uso seguro de certificados digitais e controle sobre o ambiente tecnológico da empresa.
Quais são os riscos das fraudes digitais no Simples Nacional?
Mesmo que a fraude tenha sido praticada por terceiros, a responsabilidade fiscal recai sobre a empresa, que pode ser:
- Multada por declarações incorretas;
- Excluída do regime do Simples Nacional;
- Acusada de sonegação fiscal;
- Impactada em sua reputação no mercado.
Mais do que prejuízos financeiros, esses ataques colocam em risco a continuidade dos negócios, com implicações jurídicas e contábeis sérias.
Como prevenir fraudes digitais no Simples Nacional?
Na Confirp Contabilidade, temos observado de perto o aumento desses casos e investido fortemente em inovação e tecnologia para proteger nossos clientes. A seguir, algumas práticas essenciais que toda empresa — inclusive as pequenas — deve adotar:
- Gestão segura do certificado digital
- Não compartilhe o certificado com terceiros.
- Use procurações eletrônicas com limites bem definidos.
- Revogue imediatamente qualquer certificado emitido sem sua autorização.
- Centralize a gestão do certificado em sistemas seguros, com autenticação multifator.
- Monitoramento tributário contínuo
Com ferramentas especializadas e apoio contábil, é possível detectar alterações indevidas antes que se tornem problemas. Na Confirp, oferecemos esse tipo de monitoramento de forma preventiva e automatizada, alertando o cliente em tempo real sobre qualquer movimentação fiscal suspeita.
- Infraestrutura digital segura
Empresas de todos os portes podem e devem implementar soluções modernas de cibersegurança, como:
- Firewalls de próxima geração (NGFW);
- Sistemas de detecção e resposta a ameaças (EDR);
- Filtros de navegação e antivírus corporativo;
- Acesso seguro via VPN e autenticação de dois fatores.
- Cultura de segurança na empresa
Fraudes geralmente começam com um clique errado. Por isso, é fundamental:
- Treinar a equipe sobre riscos de engenharia social e phishing;
- Criar rotinas seguras de uso de senhas e dispositivos;
- Incentivar a comunicação imediata de qualquer atividade suspeita.
- Avaliação de seguros cibernéticos
O seguro cibernético é uma camada adicional de proteção. Porém, é essencial verificar se cobre fraudes fiscais e ações realizadas por terceiros com uso indevido de certificados.
O papel do empresário na prevenção de fraudes digitais no Simples Nacional
A digitalização trouxe ganhos inegáveis, mas também exige maturidade digital e responsabilidade compartilhada. Empresários que ignoram essa realidade estão mais expostos do que imaginam.
Prevenção, nesse cenário, não é custo — é investimento estratégico. Ter parceiros confiáveis na contabilidade, aliados à tecnologia e a uma postura preventiva, pode ser o diferencial entre manter sua empresa segura ou lidar com prejuízos irreparáveis.