Lucros e Dividendos em Risco: Novo Ataque Pode Piorar Ainda Mais o Cenário

Lucros e dividendos voltam ao centro das atenções com a proposta de reforma do Imposto de Renda que ameaça elevar significativamente a carga tributária sobre empresários, investidores e profissionais liberais. O novo parecer do Projeto de Lei nº 1.087/2025 intensifica a insegurança jurídica e pode representar um duro golpe para quem empreende no Brasil. Entenda o que está em jogo, os possíveis impactos e por que o momento exige atenção redobrada. Por Richard Domingos, diretor executivo da Confirp Contabilidade A promessa era de justiça fiscal. A realidade, porém, é que a tão esperada reforma do Imposto de Renda está se transformando em um aumento agressivo da carga tributária sobre quem produz, investe e empreende no Brasil. O novo parecer do Projeto de Lei nº 1.087/2025, apresentado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, é mais um duro golpe para empresários, sócios e investidores — especialmente os que recebem lucros e dividendos. Fim do fator de redução agrava a tributação sobre lucros e dividendos A proposta, que deveria corrigir distorções históricas, acabou desfigurando um ponto crucial da versão anterior: a retirada do chamado “fator de redução”. Esse fator limitava a carga tributária total (IRPJ + CSLL + IRPF Mínimo) conforme o regime de tributação da empresa, o que trazia certo equilíbrio à equação. Agora, esse redutor foi simplesmente eliminado, e o que já era preocupante se tornou ainda mais pesado. Nova alíquota penaliza pequenas e médias empresas que distribuem lucros e dividendos O novo texto prevê uma alíquota de 10% sobre lucros e dividendos que ultrapassarem R$ 50 mil por mês, afetando diretamente empresários e sócios de pequenas e médias empresas. Ou seja, aqueles que, com esforço e risco, sustentam boa parte da economia nacional passam a ser o novo alvo preferencial do fisco. A justificativa? Combater a desigualdade. E é verdade que o Brasil apresenta uma das maiores concentrações de renda do mundo: cerca de 21% da renda nacional está nas mãos de apenas 1% da população. Mas será que penalizar o empreendedor é o caminho mais eficaz para resolver isso? Com o fim do fator de redução, o impacto pode ser de até 10% a mais na carga tributária de algumas pessoas físicas, dependendo da origem de seus rendimentos. Isso sem contar a insegurança jurídica que a medida gera. Como se já não fosse suficientemente desafiador empreender no Brasil — país conhecido por sua complexidade tributária — agora teremos mais um obstáculo para quem decide investir, gerar empregos e movimentar a economia. Outro ponto crítico foi a exclusão da possibilidade de devolução do IRPF mínimo para investidores estrangeiros. Na prática, isso significa menos atratividade ao capital externo, algo que o Brasil deveria estar incentivando, e não afastando. Alívio tributário para a base e aumento da carga sobre lucros e dividendos Houve, sim, um pequeno alento: a simplificação no cálculo do IRPFm. A base de cálculo agora será a mesma usada para definir a alíquota, o que corrige algumas distorções técnicas da versão anterior. Também é importante destacar a correção parcial da tabela progressiva do IR, que irá isentar quem ganha até R$ 5 mil por mês. Mas, sejamos francos: esse alívio à base da pirâmide será bancado, quase integralmente, por quem está no topo — que, neste caso, são os empreendedores. Pelos cálculos do próprio governo, mais de 10 milhões de brasileiros deixarão de pagar Imposto de Renda e outros 26 milhões podem sair da obrigação de declarar. Enquanto isso, cerca de 141 mil contribuintes — os 0,06% com renda acima de R$ 600 mil por ano — vão arcar com boa parte da conta. Não por acaso, esse grupo é justamente formado por empresários, executivos e investidores que hoje mantêm empresas funcionando e pagam salários no país. Planejamento tributário é essencial para quem recebe lucros e dividendos A verdade é que estamos diante de um cenário que exige, mais do que nunca, planejamento tributário. A reforma não deve ser encarada com passividade. É hora de simular cenários, rever estruturas de distribuição de lucros, considerar o uso de instrumentos como juros sobre capital próprio (JCP) e repensar investimentos. Na Confirp, já disponibilizamos uma calculadora exclusiva para simular o impacto da nova regra sobre a renda de cada contribuinte. A recomendação é clara: não espere a reforma virar lei para começar a agir. Dizem que no Brasil a única certeza é a incerteza tributária. E nunca foi tão verdadeira a máxima: “Nunca está tão ruim que não possa piorar”. Mas, com estratégia, é possível reduzir impactos, proteger o patrimônio e manter a eficiência fiscal. Ainda há tempo para se preparar — mas não por muito. Veja também: Calculadora Altas Rendas [Grátis]: Veja quanto você vai pagar de IR sobre Lucros e Dividendos a partir de 2026 Regime Tributário: Receita Federal Exige Escolha Antecipada na Abertura de Empresas Auditoria Fiscal: Como Identificar e Recuperar Tributos Pagos Indevidamente?
Restituição do IR: 6 passos para aumentar o valor em 2026 após baixa em 2025

Se você se decepcionou com o valor da restituição do IR em 2025, saiba que é possível mudar esse cenário com algumas atitudes simples — e totalmente legais ainda neste ano. A restituição do Imposto de Renda não depende apenas do preenchimento da declaração em março ou abril, mas de um bom planejamento ao longo de todo o ano anterior. Neste artigo, você vai descobrir 6 passos práticos que podem ajudar a aumentar sua restituição do IR em 2026, evitando erros comuns e aproveitando melhor as deduções permitidas pela Receita Federal. Por Richard Domingos, diretor executivo da Confirp Contabilidade Se você se frustrou com o valor da restituição do Imposto de Renda em 2025, saiba que não está sozinho — mas também não está de mãos atadas. A boa notícia é que é totalmente possível reverter esse cenário em 2026. A má notícia é que isso depende exclusivamente de você, e o momento de agir é agora. O que muitos não compreendem é que o valor da restituição não se define em março ou abril, quando começa o prazo para enviar a declaração. Ele se constrói ao longo de todo o ano anterior. Ou seja, se você quer receber uma restituição mais robusta no ano que vem, precisa começar a se organizar ainda em 2025. Como a Falta de estratégia pode reduzir sua restituição? A Receita Federal recebeu, neste ano, mais de 43 milhões de declarações — e mais da metade delas teve algum valor a restituir. Mas em muitos desses casos, o valor foi aquém do que poderia ser. Por quê? Falta de estratégia. E não estou falando de fórmulas mágicas ou manobras arriscadas, mas sim de planejamento fiscal consciente e legal, aliado à organização dos documentos e ao conhecimento das deduções permitidas. O erro mais comum: pensar no IR só na época da declaração Como diretor tributário, tenho visto ao longo de décadas de atuação que o grande erro das pessoas é só pensarem no Imposto de Renda quando a declaração já está batendo à porta. Isso limita muito o potencial de recuperação de valores — especialmente porque, quando deixamos tudo para a última hora, aumentamos os riscos de erros, omissões e perda de deduções importantes. Por isso, quero compartilhar algumas ações práticas que você pode adotar desde já, ainda em 2025, para garantir uma restituição mais vantajosa em 2026. 6 passos para aumentar sua restituição do IR em 2026 Passo 1: Organização é tudo O primeiro passo é manter a documentação em ordem durante o ano inteiro. Notas fiscais de serviços médicos e odontológicos, recibos de escolas, comprovantes de pensão judicial, doações — tudo deve estar bem armazenado. Isso evita o famoso “corre-corre” de última hora e, mais importante ainda, reduz as chances de erros que levem sua declaração à malha fina. passo 2: Antecipe o preenchimento da declaração Sim, é possível — e desejável — simular sua declaração antes mesmo do prazo oficial. Assim, você consegue avaliar com antecedência qual modelo (simplificado ou completo) é mais vantajoso, além de planejar ajustes e novas deduções ainda durante o ano. Passo 3: Invista em previdência privada, mas do jeito certo Muita gente investe em previdência achando que terá benefícios no IR, mas se esquece de um detalhe fundamental: só o modelo PGBL permite dedução de até 12% da base tributável — e isso vale apenas para quem também contribui para a previdência oficial (como INSS). Se for esse o seu caso, vale a pena considerar essa estratégia. Passo 4: Despesas dedutíveis: saúde, educação, pensão e… doações! Sim, doações também podem abater o imposto devido, mas é preciso fazê-las com critérios. Doações para fundos da criança e do adolescente, idosos, cultura e esporte são permitidas, desde que feitas dentro dos limites e com a opção pelo modelo completo da declaração. É uma forma inteligente de ajudar quem precisa e, ao mesmo tempo, reduzir sua carga tributária. Passo 5: Cuidado ao incluir dependentes Incluir dependentes pode parecer vantajoso, mas é preciso analisar com cautela. Os rendimentos deles serão somados aos seus, o que pode levá-lo a uma faixa maior de tributação. Por outro lado, despesas médicas desses dependentes podem gerar bons abatimentos. Avalie caso a caso. Passo 6: Profissional autônomo? Use o livro-caixa Se você é profissional liberal ou autônomo, pode deduzir integralmente diversas despesas relacionadas ao exercício da atividade — como aluguel do escritório, contas de luz, telefone, material de consumo, entre outras. Mas, para isso, o controle precisa ser rigoroso e contínuo, com tudo devidamente registrado no livro-caixa. Restituição do IR maior exige planejamento contínuo Em resumo, aumentar sua restituição não é questão de sorte: é questão de planejamento. E esse planejamento começa muito antes do prazo da entrega da declaração. Se você quer, de fato, pagar menos impostos ou recuperar mais do que pagou, a hora de agir é agora. Coloque seu Imposto de Renda no radar o ano inteiro. Com organização e orientação adequada, você transforma a frustração da restituição baixa em satisfação no próximo ano. Conte com profissionais qualificados e cuide da sua vida fiscal com a atenção que ela merece. Afinal, seu bolso agradece. Veja também: Regime Tributário: Receita Federal Exige Escolha Antecipada na Abertura de Empresas Transação Tributária PGFN 2025: Regularize Dívidas Federais com Descontos e Condições Facilitadas Errou na Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física? Saiba como corrigir e evitar a malha fina
Dívidas com a Receita Federal? Novo programa oferece até 70% de desconto para empresas

Por Welinton Mota, diretor tributário da Confirp Contabilidade Se a sua empresa possui dívidas tributárias em discussão administrativa com a Receita Federal, agora é a hora de agir. A publicação da Portaria RFB nº 555/2025 trouxe uma nova oportunidade para regularizar pendências fiscais com condições muito vantajosas, que podem aliviar de forma significativa o nosso caixa e proporcionar mais tranquilidade para o planejamento financeiro. Descontos e condições facilitadas para empresas quitarem dívidas com a Receita Federal Essa portaria regulamenta a transação tributária no contencioso administrativo fiscal, ampliando o leque de ferramentas de negociação entre o contribuinte e o fisco. Em vez de esperar que o débito avance para a fase judicial, agora temos a possibilidade de resolver a questão administrativamente — com descontos que podem chegar a 70% sobre multas e juros, além de parcelamentos em até 120 meses. E se a empresa for MEI, ME ou EPP, o prazo pode ser estendido para até 145 meses. Empresas podem usar prejuízo fiscal e precatórios para abater dívidas Outro ponto extremamente positivo é a permissão para usar créditos de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL, além de precatórios federais líquidos (já reconhecidos judicialmente) para abater parte do valor devido. Essas são ferramentas que muitas empresas já possuem e que, agora, podem se tornar parte da solução. Transação individual simplificada para dívidas entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões Para empresas com débitos entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões, a Receita abriu espaço para a chamada transação individual simplificada. Isso quer dizer que, nessa faixa de valor, é possível apresentar uma proposta própria e negociar diretamente com a Receita Federal. Antes, só era possível aderir às condições gerais já definidas. Agora, temos a chance de criar um plano de pagamento que realmente se encaixe na nossa realidade de fluxo de caixa — o que aumenta consideravelmente a viabilidade do acordo. Como aderir ao programa de transação tributária? A adesão será feita via Portal e-CAC, conforme os editais que ainda serão divulgados pela Receita, e que trarão detalhes sobre prazos e modalidades disponíveis. Prevenção de litígios e recuperação de fôlego financeiro A transação tributária é uma ferramenta prevista no artigo 171 do Código Tributário Nacional, mas que passou a ser realmente utilizada a partir da Lei nº 13.988/2020. Desde então, vem se consolidando como uma política eficaz para estimular a regularidade fiscal. Esse modelo contribui para a redução de litígios e judicializações, promovendo soluções proporcionais à capacidade de pagamento de cada empresa. Isso é bom para todos os lados: o fisco acelera a recuperação de créditos e as empresas ganham previsibilidade financeira, conseguem reduzir custos com honorários, garantias e depósitos judiciais, e evitam que a dívida evolua para uma cobrança judicial com bloqueios de bens e contas bancárias. Sem contar que regularizar a situação fiscal melhora o perfil financeiro da empresa, o que pode abrir portas para novas linhas de crédito e fortalecer o planejamento de caixa. Qual a importância do planejamento antes de aderir à transação tributária? Por mais atraentes que sejam as condições, não podemos agir por impulso. Antes de aderir ao programa, é essencial fazer uma análise detalhada dos débitos, da capacidade de pagamento e das modalidades disponíveis. Muitas vezes, os débitos existem por questões operacionais simples — como o esquecimento de uma guia — mas a falta de ação pode ter consequências sérias. É aqui que entra o papel da assessoria contábil e jurídica. Com o apoio de profissionais, conseguimos mapear com precisão o que pode (e deve) ser incluído no programa e garantir que o parcelamento, ou até mesmo o pagamento à vista com desconto, seja viável e sustentável. Como em toda oportunidade tributária, o detalhe faz a diferença. Entender os requisitos, avaliar os impactos e traçar a melhor estratégia é o que transforma essa possibilidade em um alívio real para o negócio e não em mais um problema no futuro. Se você ainda não analisou essa alternativa, o momento é agora. Veja também: Redução de Impostos: Estratégias Fiscais Eficazes para Diferentes Regimes Tributários Lucro Real, Presumido ou Simples Nacional? Descubra o Melhor Regime para Sua Empresa Auditoria Fiscal: Como Identificar e Recuperar Tributos Pagos Indevidamente